Numa noite a tua mão eu sentia percorrendo todo o meu rosto, de uma maneira suave, de uma maneira de exploração. Contornavas os meus lábios de uma forma discreta. Numa maneira agradável.
Pegavas no meu rosto com as duas mãos e olhavas-me nos olhos antes de me beijar.
Um beijo intenso, um beijo selvagem, mas ao mesmo tempo suave e discreto.
Um beijo que fez parar o mundo, que fez parar as horas.
Retiraste-me o cabelo da frente dos olhos sorrindo apenas.
Um sorriso doce. Envolvendo-me nos teus braços eu sorrio, pegando nas minhas mãos brincas-te com os meus dedos como se fosse piano.
Um piano sem som, mas que tocava de uma forma discreta.
Ouvíamos o som das folhas caindo a nossos pés, o som dos ramos das árvores batendo umas nas outras.
O som do desejo por mais um beijo.
As suas mãos quentes fazem-me parar de levitar. Olha-me nos olhos e encosta a sua testa na minha. Pega-me ao colo como se de uma criança eu me trata-se, faz-me sentir voar, faz-me sentir o vento no meu rosto.
Levou-me a um lugar mais calmo. Pegando-me pela mão para não me perder. Anda-mos em voltas, sem uma palavra ser proferida. Apenas sorrisos cúmplices e apertos suaves nas mãos.
Senta me no seu colo para no meu ouvido começar a respirar.
Os seus lábios exploram as minhas orelhas, o meu pescoço e por fim os meus lábios.
Sorrisos entre o beijo, brincadeiras de crianças. Pensamentos discretos, palavras cúmplices.
Olha-mos para o céu, noite serrada, estrelada, uma brisa faz esvoaçar os meus cabelos como ondas no mar, faz-nos despertar no momento que vivia-mos.
O sol nasceria dentro de umas horas.
Levanta-me segurando-me com as suas mãos. Pega em mim e dirige-se para minha casa.
Despede-se de mim “Boa noite”.
Com um sorriso matreiro rouba-me um beijo.
Abro a porta com um sorriso nos lábios. Olha para meu lado e o seu sorriso faz-me parar.
Não poderia ir embora sem antes lhe beijar a testa seguido de um “Boa noite”.
Não queria entrar em casa. Não queria largar sua mão.
Como uma fuga discreta retirei a minha mão e sorri.
Subi as escadas sem lhe dizer que ele tinha despertado um sentimento no meu coração.
(…)
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