terça-feira, 6 de abril de 2010

Inevitável*

Numa noite a tua mão eu sentia percorrendo todo o meu rosto, de uma maneira suave, de uma maneira de exploração. Contornavas os meus lábios de uma forma discreta. Numa maneira agradável.

Pegavas no meu rosto com as duas mãos e olhavas-me nos olhos antes de me beijar.

Um beijo intenso, um beijo selvagem, mas ao mesmo tempo suave e discreto.

Um beijo que fez parar o mundo, que fez parar as horas.

Retiraste-me o cabelo da frente dos olhos sorrindo apenas.

Um sorriso doce. Envolvendo-me nos teus braços eu sorrio, pegando nas minhas mãos brincas-te com os meus dedos como se fosse piano.

Um piano sem som, mas que tocava de uma forma discreta.

Ouvíamos o som das folhas caindo a nossos pés, o som dos ramos das árvores batendo umas nas outras.

O som do desejo por mais um beijo.

As suas mãos quentes fazem-me parar de levitar. Olha-me nos olhos e encosta a sua testa na minha. Pega-me ao colo como se de uma criança eu me trata-se, faz-me sentir voar, faz-me sentir o vento no meu rosto.

Levou-me a um lugar mais calmo. Pegando-me pela mão para não me perder. Anda-mos em voltas, sem uma palavra ser proferida. Apenas sorrisos cúmplices e apertos suaves nas mãos.

Senta me no seu colo para no meu ouvido começar a respirar.

Os seus lábios exploram as minhas orelhas, o meu pescoço e por fim os meus lábios.

Sorrisos entre o beijo, brincadeiras de crianças. Pensamentos discretos, palavras cúmplices.

Olha-mos para o céu, noite serrada, estrelada, uma brisa faz esvoaçar os meus cabelos como ondas no mar, faz-nos despertar no momento que vivia-mos.

O sol nasceria dentro de umas horas.

Levanta-me segurando-me com as suas mãos. Pega em mim e dirige-se para minha casa.

Despede-se de mim “Boa noite”.

Com um sorriso matreiro rouba-me um beijo.

Abro a porta com um sorriso nos lábios. Olha para meu lado e o seu sorriso faz-me parar.

Não poderia ir embora sem antes lhe beijar a testa seguido de um “Boa noite”.

Não queria entrar em casa. Não queria largar sua mão.

Como uma fuga discreta retirei a minha mão e sorri.

Subi as escadas sem lhe dizer que ele tinha despertado um sentimento no meu coração.

(…)

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